sábado, 29 de maio de 2010

Antes Que o Mundo Acabe

Antes Que o Mundo Acabe é um filme diferente. Não tem um elenco conhecido, e o único nome famoso na equipe técnica é o do diretor Jorge Furtado (de Meu Tio Matou Um Cara e Saneamento Básico: O Filme), que ajudou no roteiro.
Dirigido por Ana Luiza Azevedo e baseado na obra de Marcelo Carneiro da Cunha, Antes Que o Mundo Acabe conta a história de Daniel, menino de 15 anos que mora na cidade de Pedra Grande, no interior do Rio Grande do Sul. Sua vida vira de cabeça para baixo quando a namorada, Mim, quer dar um tempo no relacionamento porque não sabe se fica com ele ou com o melhor amigo dele, Lucas. E seu pai biológico, depois de quinze anos, resolve se comunicar, através de cartas, que acabam por ser uma espécie de refúgio para o garoto esquecer os outros problemas.
O filme mostra como que um menino consegue encarar os problemas típicos da vida. E faz isso com muita sensibilidade. Também consegue administrar muito bem todos os seus elementos, nunca ficando concentrado demais em um ou outro.
É interessante ver como que quase de imediato, Daniel cria um laço de amor com o pai biológico, que mora na Tailândia. Aliás, um dos pontos fortes do filme está nos relacionamentos, principalmente os familiares. É legal ver os diálogos que o garoto tem com o padrasto e a “guerra” entre ele e sua irmã mais nova.
Contando com ótimas atuações de todo o elenco, Antes Que o Mundo Acabe mostra, desde seu início, o quanto o cinema gaúcho está evoluindo. E esta evolução é para melhor.
Cotação:

Tudo Pode Dar Certo

Apesar de ter assistido a apenas um filme de Woody Allen antes deste Tudo Pode Dar Certo (Whatever Works), sei que seus roteiros são muito inteligentes. Em Tudo Pode Dar Certo não é diferente. O diretor dá uma ajuda ao próprio roteiro ao criar um personagem com uma visão diferente sobre o mundo.
Boris Yellnikoff diz logo no início do filme: “Eu não sou um cara agradável”. Ele acha que todas as pessoas são imbecis e que ele é o cara mais inteligente do mundo porque vê as coisas da forma mais realista possível. Até a hora em que encontra a “caipira” Melody, que nos mostra que o velho rabugento não é tão chato quanto parece.
Sim, Boris é um cara desagradável. Mas como é que nós nunca conseguimos odiá-lo ou algo parecido? A resposta está na ótima atuação de Larry David e no roteiro de Woody Allen, que criou diálogos e situações excelentes para o personagem. É impossível não rir quando ele xinga as crianças a quem ele tenta ensinar xadrez.
Mas não é só nisso que o roteiro de Allen tem êxito. Apesar de ficar um tempo concentrado demais na parte em que Marietta, a mãe de Melody, faz de tudo para a filha largar Boris e casar com um ator britânico (o que tira um pouco da graça do filme), Tudo Pode Dar Certo tem outras cenas hilárias. Exemplo disso é a cena em que Marietta confunde o prêmio Nobel com o Oscar.
Voltando para Nova York depois de passar um tempo na Europa, com filmes como Match Point – Ponto Final e Vicky Cristina Barcelona, Woody Allen trata a Big Apple como uma cidade que muda as pessoas. E isso acaba sendo muito engraçado, já que os personagens “caipiras” mudam de formas diferentes e divertidas.
Tudo Pode Dar Certo é uma ótima comédia sobre relacionamentos e a vida em si, mostrando que Woody Allen voltou muito bem para a sua querida Nova York.
Cotação:

domingo, 23 de maio de 2010

Fúria de Titãs

Fúria de Titãs (Clash of the Titans) é uma refilmagem do filme de 1981 estrelado por Lawrence Olivier e que ainda contava com efeitos especiais criados pelo mago Ray Harryhausen.
O filme conta a saga de Perseu, um semi-deus que tem a sua família humana morta por Hades, deus do mundo subterrâneo. Perseu acaba indo parar na cidade de Argos e, querendo se vingar de Hades, se junta aos humanos em uma guerra contra os deuses, incluindo seu pai Zeus.
O sucesso de Fúria de Titãs nos cinemas se deve em grande parte por ter o cara do momento no elenco. Mas Sam Worthington acaba fazendo mais aquela cara de “eu sou o máximo” do que propriamente atuar. E os grandes Liam Neeson e Ralph Fiennes tem um tempo em cena relativamente pequeno, mas o primeiro se destaca mais por sua armadura que brilha até demais, e o segundo parece estar interpretando Lord Voldemort, seu personagem em Harry Potter, só muda o visual. Os destaques vão para os outros dois coadjuvantes, Mads Mikkelsen e Gemma Arterton, que interpretam Draco e Io. Por coincidência, ambos apareceram nos últimos filmes de James Bond. Mikkelsen foi o vilão de Cassino Royale, e Arterton foi uma das bond girls de Quantum of Solace.
Fúria de Titãs tem, assim como o seu original, bons efeitos especiais. Isso é fácil de perceber ao ver a bela composição do Kraken. Tem também boas cenas de ação, sendo as melhores a luta de Perseu e os soldados contra um bando de escorpiões gigantes e a outra contra a Medusa. Mas o mesmo não pode ser dito da cena contra o Kraken, que acaba sendo decepcionante por não demonstrar ser um grande desafio para o herói.
Assistir ao filme no modo convencional ou em 3D não faz diferença nenhuma. Fúria de Titãs é um filme decepcionante. Esperava mais de uma produção com personagens tão legais como estes da mitologia grega.
Cotação:

sábado, 22 de maio de 2010

Para ganhar o Oscar tem que ser do MAU!

Nos últimos anos do Oscar, percebi que a academia acabou por premiar os vilões dos filmes. A partir do Oscar de 2008, três grandes atores ganharam a estatueta ao interpretarem personagens que acabaram entrando para o Hall da Fama dos vilões de Hollywood.
Oscar 2008:
O ano em que o ótimo Onde os Fracos Não Têm Vez, dos irmãos Cohen, se consagrou. Assim como o seu vilão, Javier Bardem, que interpretou o “mauzão” Anton Chigurh e ganhou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. No filme, Anton perseguia o veterano da Guerra do Vietnã Llewelyn Moss (Josh Brolin), e era perseguido pelo xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones). No caminho, Anton deixava um rastro de sangue, e ainda decidia a vida de algumas pessoas através de uma simples moedinha. Uma atuação realmente estupenda.
Oscar 2009:
Na minha opinião, esta foi a melhor cerimônia. O filme consagrado dessa vez foi Quem Quer Ser Um Milionário?, de Danny Boyle, apesar de este não ter sido o melhor do ano. O melhor filme de 2008 foi esquecido em várias categorias, mas levou duas estatuetas para casa, entre elas, é claro, a de Melhor Ator Coadjuvante para Heath Ledger. O filme a que me refiro, como já perceberam, é Batman – O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan. Ledger teve uma das melhores atuações de todos os tempos ao interpretar o Coringa de forma magnífica. O personagem é um anarquista de primeira, completamente obcecado pelo caos e que queria estar sentado na primeira fila para ver Gothan City se autodestruir. O prêmio póstumo foi mais do que merecido.
Oscar 2010:
Quando a maioria das pessoas estava apostando todas as suas fichas em James Cameron e seu Avatar, quem ganhou a estatueta foi Kathryn Bigelow e seu Guerra ao Terror. E quanto a Quentin Tarantino e seu Bastardos Inglórios? Christoph Waltz é a resposta. O seu Hans Landa domina a tela toda a vez que aparece. Landa mandava matar todos os judeus que encontrava pela frente, sendo apelidado de “Caçador de Judeus”. Nós nunca sabemos qual será o seu próximo passo. Resultado: Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
Estes prêmios estão provando que a receita de “um bom protagonista começa por um bom antagonista” dá muito certo. Será que ano que vem vamos ter mais um vilão se consagrando no Oscar?

sábado, 15 de maio de 2010

A Hora do Pesadelo

Ultimamente, os assassinos de slasher movies que ganharam fama nas décadas de 1970 e 1980 têm voltado para as telonas através de refilmagens, ou novas versões para as suas histórias. Foi assim com Leatherface (O Massacre da Serra Elétrica), Michael Myers (Halloween) e Jason Vorhees (Sexta-Feira 13). Era questão de tempo até que o melhor assassino, ou o mais assustador, ganhasse a sua nova versão: Freddy Krueger, de A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street).
Até o momento, não consegui assistir a refilmagem de Halloween, mas as de O Massacre da Serra Elétrica e Sexta-Feira 13 foram produções que detestei. Não por serem inferiores aos seus originais, mas por serem muito ruins mesmo. A nova versão de A Hora do Pesadelo, na verdade, me surpreendeu. Não é um filme ruim, como eu pensava que seria. Mas também não é bom.
Freddy Krueger ficou famoso por ser o primeiro assassino sobrenatural em slasher movies. Ele é um “monstro” que ataca as suas vítimas enquanto elas dormem, o que faz dele uma espécie de bicho-papão, diferente de caras como Jason, que atacam no mundo real. Tudo o que Freddy faz para as pessoas durante os sonhos acontece também na vida real.
O roteiro de A Hora do Pesadelo, escrito por Wesley Strick e Eric Heisserer, trata o “Freddy-pessoa” como um personagem mais humano, como podemos ver no desespero que ele fica ao se trancar em um armazém para ser queimado vivo (no filme original ele fica sentado e ainda ri enquanto vira churrasquinho, tamanho era a sua personalidade psicótica). Mas essa é a única vantagem deste filme em relação ao seu original.
O resto, infelizmente, é desagradável. Os roteiristas tiram um pouco da originalidade que o filme poderia ter ao "roubar" uma parte do filme de 1984 (aquela em que a garota morre enquanto flutua pelo quarto e tem seu namorado preso, acusado de matá-la). Os jogos psicológicos e as torturas que Freddy fazia antes de matar as suas vítimas aqui aparecem só umas três vezes. E durante a maior parte do filme, o vilão persegue as suas vítimas e mata elas rapidamente, o que me fez lembrar dos seus companheiros Myers e Vorhees. E para completar, Jackie Earl Haley, um ator que admiro muito, fez eu sentir saudades de Robert Englund no papel de Freddy Krueger.
Apesar de ter visto tantos pontos negativos, achei a trama de A Hora do Pesadelo um tanto envolvente, e isso é raro de se ver nos filmes de terror atuais. E entre os novatos do elenco, apesar de não ter nenhum Johnny Depp (que teve o original como seu primeiro filme), os destaques ficam por conta de Rooney Mara e Kyle Gallner, que interpretam Nancy e Quentin.
Mesmo não tendo achado esta nova versão de A Hora do Pesadelo uma grande coisa, ainda espero ver Freddy Krueger de volta às telas, por que este é um dos vários personagens imortais da história do cinema de terror.
Cotação:

sábado, 1 de maio de 2010

Homem de Ferro 2

Poucas pessoas sabem que além de ser viciado em filmes, eu também sou viciado em quadrinhos de super-heróis. Principalmente, os da Marvel Comics. Homem de Ferro sempre foi um dos meus personagens favoritos. Sendo assim, era com muita ansiedade que eu aguardava a continuação do ótimo filme de 2008. E minha espera foi muito bem recompensada. Homem de Ferro 2 (Iron Man 2) é um grande filme.
Homem de Ferro 2 começa seis meses depois de Tony Stark (sinto muito àqueles que não viram o primeiro filme) dizer que é o Homem de Ferro. Enquanto isso, o novo vilão da trama, Ivan Vanko, planeja se vingar do nosso herói, e então, constrói um traje que depende da mesma tecnologia da armadura de Stark, que aparentemente conseguiu estabelecer um pouco de paz no mundo. Além disso, Tony precisa enfrentar o governo americano, que cobiça a armadura para fazer cópias e usar como arma (algo que me lembra muito a trama do filme de um certo herói verde, também da Marvel).
O filme mostra algumas coisas dos quadrinhos que não puderam ser colocadas no primeiro filme, por exemplo, o alcoolismo de Tony Stark e a origem do Máquina de Guerra (para quem não sabe, este é o grande parceiro do Homem de Ferro no combate ao crime). Diferente do filme anterior, que falou muito mais sobre a origem do herói, Homem de Ferro 2 investe um pouco mais na ação, sendo a luta entre Stark e Ivan Vanko no GP de Mônaco uma das melhores cenas. E, obviamente, os momentos humorísticos de Tony Stark não poderiam faltar no pacote.
Robert Downey Jr. dá mais um show no papel de Tony Stark (personagem que o lançou novamente ao estrelato), assim como Gwyneth Paltrow, que está bem mais confortável no papel de Pepper Potts. Quanto às caras novas do elenco, Don Cheadle consegue ser tão bom quanto Terrence Howard no papel de Rhodey. A belíssima Scarlett Johansson foi a escolha perfeita para interpretar Natasha Romanoff/Viúva Negra, pois consegue trazer a essência da personagem para as telas. O vilão secundário e rival de Stark, Justin Hammer, é bem interpretado por Sam Rockwell, que sabe muito bem ser um sacana. O grande Mickey Rourke mostra que o vilão principal Ivan Vanko/Chicote Negro é muito mais ameaçador do que Obadiah Stane/Monge de Ferro, do grande Jeff Bridges. Para fechar este time estelar, Samuel L. Jackson interpreta de forma perfeita o personagem que liga todo o Universo Marvel: o diretor da S.H.I.E.L.D., Nick Fury.
Embalado pela trilha sonora de uma das minhas bandas favoritas (AC/DC), Homem de Ferro 2 tem tudo o que eu gosto de ver em uma adaptação dos quadrinhos que tanto idolatro: um grande elenco, uma trama muito boa, efeitos especiais grandiosos e referências a outros heróis, cujos filmes estão em desenvolvimento. É por isso que termino dizendo: não saiam do cinema antes dos créditos do filme terminarem de rolar (tem uma cena bem bacana depois de todas aquelas letrinhas).
Cotação: