domingo, 4 de julho de 2010

A Saga Crepúsculo: Eclipse

Antes de mais nada, quero dizer que sou leitor dos livros da saga Crepúsculo e não acho que sejam ruins. Portanto, se algum fã quiser me xingar por algo que eu escrever nos próximos parágrafos, xingue, mas não diga que não sei nada sobre a história e seus personagens.
A Saga Crepúsculo chega a sua terceira parte. Depois dos dois primeiros e fracos capítulos, o novo filme da franquia foi parar nas mãos de David Slade, diretor do bom 30 Dias de Noite (outro filme de vampiros).
Em Eclipse, Bella continua sendo disputada pelo vampiro Edward e o lobisomem Jacob. Enquanto isso, alguém está montando um exército de vampiros recém-criados para atacar a garota. Para protegê-la, os Cullen e os lobisomens têm de se unir contra um inimigo em comum.
Crepúsculo é um exemplo de franquia em que vemos como faz diferença a mudança de diretor. No primeiro filme, Catherine Hardwicke pegou o baixo orçamento da produção e fez um filme simples, quase independente. Em Lua Nova, Chris Weitz pegou um orçamento mais “gordo” e fez um filme muito comercial, esbanjando em efeitos especiais desnecessários. Agora em Eclipse, David Slade deu o clima obscuro, e até por isso este pode ser o melhorzinho entre os três filmes.
Mas o tendão de Aquiles de Eclipse (e dos outros dois filmes também) é o roteiro, escrito por Melissa Rosemberg. Digo isso porque, pelo menos com Lua Nova e Eclipse, quando os diretores foram contratados, os roteiros já estavam escritos e aprovados pelo estúdio. Portanto, não culpe os diretores pelas falhas dos roteiros. Rosemberg colocou partes legais e importantes do livro de maneira displicente, como a reunião dos Quileutes na fogueira e as histórias de Jasper e Rosalie. Duas perguntas para aqueles que não leram o livro:
O filme tem bons momentos, como a cena inicial que mostra a transformação de Riley, os treinamentos dos Cullen e a luta contra os recém-criados. O que mais gostei nessa cena foi o fato de David Slade não ter exagerado nos efeitos especiais, algo que Chris Weitz com certeza teria feito.
Nas atuações Eclipse também peca bastante. Não podemos falar muito de Kristen Stewart, pois a Bella que vemos no filme é a mesma que está no livro. Falar da atuação de Stewart é a mesma coisa que fazer uma análise da personagem. O mesmo poderia ser dito de Robert Pattinson. O Edward do livro é inexpressivo, os únicos momentos nos quais esboça qualquer vestígio de emoção é quando franzi as sobrancelhas, e é isso mesmo que Pattinson faz. Infelizmente, o ator fracassa nas suas tentativas de dar mais vivacidade ao personagem. Ele faz caretas estranhas que acabam arruinando sua interpretação. Taylor Lautner está péssimo (de novo), sendo que em alguns momentos sua atuação soa um pouco falsa, diferente de Lua Nova, em que estava muito falsa.
A troca de Rachel Lefevre por Bryce Dallas Howard no papel da vampira Victoria saiu como um tiro pela culatra. Howard deveria ganhar o prêmio de Pior Atriz Coadjuvante no Framboesa de Ouro. Senti falta de Lefevre, que pode não ser uma atriz tão conhecida, mas pelo menos tem cara de vilã. Os destaques são Jackson Rathbone, que aproveita bem o espaço importante dado a Jasper, e Billy Burke, que protagoniza as principais cenas cômicas. Os outros personagens viram meros enfeites.
As qualidades que citei são muito poucas para salvar Eclipse. Agora é esperar e ver o que será feito de Amanhecer, o último livro da saga que será dividido em duas partes.
Cotação:

3 comentários:

Paula disse...

Fui na pré estreia de Eclipse, de terça para quarta. Sou fã dos livros, Eclipse é o meu favorito, mas me decepcionei. Achei até que você foi bonzinho ao dar três estrelas, eu daria duas. Crepúsculo teve cara de filme, simples porém honesto ao transmitir a essência do filme.
Lua Nova virou produto comercial, usado para estampar merendeiras, bolsas, quebra-cabeças e canecas. Lua Nova não manteve a essência de Crepúsculo, nunca vi tanto colorido em um lugar sem sol e que só chove e faz frio. Destoa do primeiro filme.
Eclipse tinha a missão de ser melhor que Lua Nova (até pq é o melhor livro)e de resgatar a dignidade da Saga. David Slade tinha que fazer um filme e não um produto. Porém o roteiro foi tão tosco e as partes mais importantes tão "direto ao ponto porque todo mundo leu o livro" que foram jogadas na tela só pra dizer que apareceram. Nada foi desenvolvido a fundo, quando estávamos começando a sentir um gostinho do que é ler algo e ver no filme, trocava a cena. Muito ruim, e a culpa é do roteiro mesmo.
Só quero ver o que vai acontecer com Amanhecer. Espero que o diretor possa opinar quando não gostar de algo, pq em Eclipse é certo que ninguém opinou.

Bruna Lauermann disse...

Infelizmente, em nenhum lugar do mundo alguém financia tanto livros quanto filmes pq é bonzinho. Livros e filmes são produtos, não importa o quanto somos apaixonados por cinema ou literatura. Quem transformou os filmes ou os livros em algo comercial não foram diretores, nem escritores... foram adolescentes deslumbrados que usaram da sua megaimaginação para preencher o que estava vazio. Se não ouvessem filas e filas de gurias gritando a cada cena do filme ele n teria se transformado em mero produto comercial. Quanto as interpretações, Stewart e Pattinson poderiam sim ter caprichado mais. Edward e Bela representam mto mais, por isso que fazem o efeito que fazem nos leitores. No momento em que os personagens saem do livro e são representados por pessoas, cabe aos atores achar a personalidade certa pra dar mais vida a trama, mesmo que um dos personagens já esteja "morto" haha. Taylor já me parece ter superado isso, mesmo sendo dificil de perceber já que as pessoas só o julgam pelo corpitcho bonito. Já o personagem de Billy parece que foi escrito pra ele. E cá entre nós, desde Harry Potter sabemos que é impossível discutir roteiros de livros transformados em filmes. Como eu disse no começo, ninguém financia filmes pq é bonzinho.
As pessoas precisam ganhar dinheiro.
E os maníacos, fanáticos, apaixonados que os desculpem.

Paula disse...

Concordo contigo, realmente ninguém financia um filme sem esperar retorno financeiro. Mas cá entre nós, Crepúsculo tem mais cara de filme "sério" que Lua Nova. Achei Lua Nova mais comercial porque explorou demais a popularidade da saga, Lua Nova não teve a essência de Crepúsculo, parecia que era um filme totalmente diferente ao invés de uma continuação. Lua Nova teve maior investimento e ao invés de investirem para o filme ser melhor em termos de roteiro, eles investiram em publicidade. E no final das contas, ficou parecendo propaganda enganosa. Ficou parecendo que eles não se importaram com a qualidade porque mesmo que o filme fosse 100% horrível, eles sabiam que era popular o bastante para gerar muito dinheiro. Gostei dos efeitos visuais, o filme teve mais cara de blockbuster que o anterior, mas o roteiro fez a coitada da Bella parecer uma pamonha (Não vou entrar em detalhes pq senão não vou conseguir terminar esse comentário). Em Eclipse eles poderiam ter invertido esse quadro e ter feito um super filme, afinal é o melhor livro da saga. Que façam jogos, camisetas, chaveiros com a cara dos personagens, isso faz parte, mas não façam um filme "nas coxas" pq acham que as fãs vão gostar de qualquer coisa. Claro, para quem é menos exigente, qualquer coisa com a cara do Pattinson ou do Lautner é o máximo, mas se for pensar em termos de filme...Crepúsculo parece ter sido mais bem cuidado, planejado nesse sentido. Apesar de ser meio tosco, Crepúsculo não foi feito "nas coxas" até pq nem tinha tantas fãs. Mas os outros pareceram que sim. Por exemplo, Harry Potter, que é mil vezes melhor, tem público certo que vai garantir o sucesso de bilheteria, e nem por isso os filmes são feitos as pressas, "nas coxas". São comerciais como todo filme, mas os produtores de Harry Potter se preocupam com a qualidade e trazem as telas filmes ótimos, independente de serem identicos ou nao aos livros.
Eu realmente espero que Amanhecer não seja feito de qualquer jeito, as pressas, para pegar as fãs na fase de febre tornando-as incapazes de julgar o que assistem, que seja feito com cuidado e planejamento para as fãs saírem do cinema gritando pq o filme foi realmente bom.