quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Breve Comentário - 13 Assassinos

Conheço muito pouco os filmes de Takashi Miike, um dos nomes mais conhecidos do cinema japonês. O que vi em alguns trechos de suas obras mostra que ele é um diretor que tem como marca registrada a violência, sendo que às vezes ela aparece de forma um tanto absurda. Em 13 Assassinos, refilmagem de um filme de 1963 (que não assisti), Miike junta isso a uma história interessante, combinando tudo com belas cenas de ação.
Escrito por Daisuke Tengan, 13 Assassinos acompanha os personagens-título, liderados por Shinzaemon (Kôji Yakusho), que são chamados para matar o Lorde Naritsugu (Gorô Inagaki), que com toda sua crueldade está prestes a se tornar o conselheiro de seu irmão mais velho, o shogun.
O filme demora um pouco para ganhar forças, buscando apresentar bem seus personagens logo de cara. Sendo assim, os heróis da história mostram serem homens honrados e inteligentes. Shinzaemon, em particular, é ainda um grande estrategista, o que fica claro na sequência final do filme (e que comentarei mais adiante). Enquanto isso, Naritsugu já é estabelecido como uma figura não só cruel, mas também sanguinária, abrindo sorrisos ao fazer pessoas sofrerem.
É interessante ver que, quando Shinzaemon começa a procurar pelos guerreiros que quer ao seu lado na luta contra os exércitos de Naritsugu, a montagem não se torna episódica como geralmente ocorre em filmes assim. Isso porque o roteiro consegue fazer com que o grupo se junte de maneira bastante natural, sendo que um dos personagens, Koyata (Yûsuke Iseya), se junta quando todos estão passando por uma floresta. Aliás, se 13 Assassinos não fosse uma refilmagem, não deixaria de ser uma versão japonesa de 300, já que os heróis precisam lutar contra os grandes exércitos que protegem Naritsugu.
Takashi Miike conduz muito bem as cenas de ação, sendo que o maior destaque fica por conta da batalha final em um vilarejo. Ocupando cerca de 40 minutos de filme, a sequência impressiona por sua grandiosidade, e é admirável ver que Miike consegue deixar o espectador a par de tudo o que acontece na tela, não abusando de cortes rápidos para tentar dar mais energia às imagens. Mesmo contando com alguns bois claramente feitos em computação gráfica que destoam daquilo que acontece na cena (tendo o mesmo efeito dos terríveis esquilos de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal), a batalha é o grande momento de 13 Assassinos.
Com ótimas atuações de seu elenco (em especial Kôji Yakusho e Gôro Inagaki), 13 Assassinos é um belo filme e espero conseguir ver mais algumas obras de Takashi Miike.
Cotação:

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