domingo, 10 de fevereiro de 2013

Os Indicados ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação

Este ano estou tentando ver o maior número possível de indicados ao Oscar, até para não parecer um peixe fora d’água quando chegar a hora da cerimônia. Assistir aos indicados das principais categorias é algo que venho conseguindo fazer com algum sucesso nos últimos anos, o problema é não conseguir acompanhar direito outras categorias.
Pois bem, dessa vez consegui ver todos os cinco indicados a Melhor Curta-Metragem de Animação e resolvi comentar rapidamente sobre cada um deles. Algo bastante curioso nessa categoria é o fato de nenhum dos filmes usarem diálogos para contar suas histórias, privilegiando um pouco mais suas imagens.
Os indicados são bem diferentes entre si, mas são todos bem interessantes. Apenas um deles ainda não está online, mas os outros estão todos linkados ao YouTube. Então vamos a eles:
- Adam and Dog, de Minkyu Lee:
Utilizando um estilo de animação mais clássico, Adam and Dog mostra um cão que constrói uma bela amizade com Adão, no Jardim do Éden.
De maneira rápida e simples, o diretor Minkyu Lee (que também escreveu o roteiro) consegue estabelecer muito bem o relacionamento entre esses dois personagens, e até por isso chega a ser um pouco triste o momento em que Adão passa a não dar tanta atenção ao seu amigo. Mas Lee consegue deixar claro que a fidelidade de um cão ao seu dono não tem limites (afinal, como dizem por aí, ele é o melhor amigo do homem), o que faz com que o belo final da história seja sensível e tocante.
- Fresh Guacamole, de PES:
Durante a disciplina de Animação que tive na faculdade, ouvi falar muito de Adam Pesapane (também conhecido como PES). É um cara que tem talento para fazer animações em stop-motion um tanto excêntricas utilizando objetos muito simples. Em Roof Sex, ele conseguiu fazer um curta centrado no sexo entre dois sofás no topo de um prédio. Em Game Over (trabalho dele que mais gosto), ele fez uma reconstrução curiosa de alguns jogos famosos.
Agora em Fresh Guacamole (curta-metragem que já entrou pra história do Oscar por ser a animação de menor duração a ser indicada na categoria, tendo menos de dois minutos), PES repete a ideia que originou seu Western Spaguetti, cozinhando algo usando objetos diferentes. Em Western Spaguetti ele fez uma massa utilizando varetas. Já em Fresh Guacamole ele faz um guacamole com o “molho” de uma granada, alguns dados e fichas de pôquer, entre outras coisas. É uma animação que acaba chamando a atenção por ser uma coisa inusitada, e por isso divertida.
- Head Over Heels, de Timothy Reckart:
Head Over Heels é o meu favorito para ganhar o prêmio esse ano. O filme nos apresenta a um casal de velhinhos, Walter e Madge, que não estão nos melhores dias de seu casamento e convivem de um jeito muito peculiar: ele mora no chão e ela mora no teto. Nisso, acompanhamos a tentativa de Walter para reconquistar sua esposa e como isso afeta o estilo de vida dos dois.
O modo como os protagonistas vivem dentro de casa já é curioso por si só, e é interessante ver como eles utilizam os mesmos objetos (a geladeira, por exemplo, acaba sempre subindo e descendo). Além disso, o diretor Timothy Reckart trata seus carismáticos personagens com grande sensibilidade, sendo que a animação em stop-motion ainda é bastante expressiva e a trilha sonora é contagiante. São elementos que ajudam Head Over Heels a ser uma produção absolutamente encantadora e tocante.
- Paperman, de John Kahrs:
Paperman vem como o grande favorito para levar a estatueta, tendo ganhado esse prêmio no Annie Awards, o Oscar da Animação. O filme conta a simpática história de um cara que trabalha em um escritório e tenta chamar a atenção de uma garota que conheceu na estação de trem usando aviões de papel. Isso não dá certo, mas os aviões acabam se rebelando para juntar o casal.
Paperman foi exibido nos cinemas antes de Detona Ralph e, assim como comentei na minha crítica desse filme, é um curta que mistura muito bem a animação 2D com a 3D, além de divertir e contar com personagens pelos quais torcemos para que fiquem juntos ao final da história. É um filme muito bacana e caso realmente confirme seu favoritismo, então ao menos o Oscar estará em boas mãos.
- The Simpsons: The Longest Daycare, de David Silverman:
Protagonizado por Maggie Simpson (uma das melhores personagens da série), este curta-metragem da família mais excêntrica da TV americana coloca a menina passando um dia na creche, tendo que salvar uma borboleta das mãos de um bebê sociopata (não acredito que escrevi isso).
The Longest Daycare segue o humor típico dos Simpsons ao criar gags visuais eficientes (como quando Maggie chega na creche e é revistada e classificada) ao longo da narrativa. Sem falar que é um filme que acaba conquistando exatamente por ter Maggie como protagonista, e esta é uma personagem que sempre fez rir com o fato de sempre ter mostrado ser mais inteligente do que muitos moradores de Springfield.
É uma animação agradável, e sua lembrança no Oscar compensa um pouco o fato de, em 2008, a Academia não ter indicado o divertidíssimo longa-metragem dos Simpsons (dirigido pelo mesmo David Silverman responsável por este curta) na categoria Melhor Animação.

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