sábado, 8 de março de 2014

300: A Ascensão do Império

300: A Ascensão do Império é um exemplo de algo que surge com bastante frequência no cinema: uma sequência desnecessária para um grande sucesso de bilheteria e que tenta arrecadar mais alguns milhões de dólares em cima disso. Na verdade, “sequência” nem chega a ser o nome certo para descrever o filme, já que sua história se passa não só depois dos eventos de 300, mas também antes e durante estes. O resultado é um filme que apesar de ter alguns bons momentos, fica muito longe de seu eficiente antecessor.

Com Noam Murro assumindo o cargo de diretor no lugar de Zack Snyder, que ao lado de Kurt Johnstad ficou responsável pelo roteiro, 300: A Ascensão do Império mostra que depois de o rei persa Darius (Igal Naor) ter sido morto por Temístocles (Sullivan Stapleton), líder dos exércitos atenienses, seu filho Xerxes (Rodrigo Santoro) se tornou um deus-rei e declarou guerra aos gregos. Depois de derrotar o pequeno exército espartano liderado pelo rei Leônidas, Xerxes parte para cumprir seu objetivo de dominar a Grécia. Nisso, Temístocles tenta unir forças com outros exércitos, como os espartanos e a rainha Gorgo (Lena Headey), para combater os homens de Xerxes, liderados por Artemísia (Eva Green).

O que vemos nessa continuação é basicamente a mesma coisa que aparecia no filme anterior, desde o visual até os truques estilísticos, algo que já era esperado. No entanto, se esses elementos tornavam o longa de Zack Snyder algo bonito de se acompanhar e até traziam impacto a determinadas cenas, nessa continuação eles são jogados na tela displicente e excessivamente por Noam Murro, principalmente o famoso slow motion, o que torna o filme muito desinteressante. Já nas cenas de batalha, Murro investe em um verdadeiro banho de sangue, com um corte de espada resultando num grande jorro vermelho e membros sendo decepados (tudo em câmera lenta, assim como no primeiro filme), mas esse quesito é conduzido de forma tão burocrática pelo diretor que não demora muito até as sequências ficarem entediantes, o que é uma pena considerando que elas poderiam render algo bacana por se passarem no mar na maior parte do tempo.

Para piorar, se antes tínhamos a grande presença do rei Leônidas como protagonista, agora temos que nos contentar com Temístocles, interpretado sem um pingo de carisma por Sullivan Stapleton, que tenta várias vezes trazer para seu personagem a mesma imponência que Gerard Butler tinha no primeiro filme, falhando miseravelmente. E por mais curioso que seja ver um lado diferente dos conflitos vistos anteriormente, a verdade é que acompanhar a visão de Temístocles e seus companheiros acaba não sendo o melhor jeito de explorar essa ideia. Sendo assim, cabe a bela Eva Green (uma deusa grega por si só) praticamente tomar o filme para si, encarnando a vilania de Artemisia com energia e transformando-a em uma mulher forte, além de protagonizar boas cenas ao lado de Rodrigo Santoro, que dessa vez ganha um pouco mais de espaço para desenvolver Xerxes (mas só um pouco mesmo). Aliás, por o roteiro mostrar as origens de ambos os vilões, estes acabam se tornando as figuras mais interessantes do filme, fazendo com que seja ainda mais decepcionante o fato de a história ficar bastante centralizada em Temístocles.

300: A Ascensão do Império infelizmente tem poucas coisas que o façam um filme que prenda a atenção, sendo esquecido pouco depois de as luzes da sala do cinema serem acesas. Espero que isso melhore caso um terceiro capítulo seja desenvolvido, o que certamente acontecerá caso este aqui seja um sucesso.

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