domingo, 21 de junho de 2015

Um Relato Sobre Tubarão


No dia 20 de junho de 1975, Steven Spielberg lançava Tubarão nos cinemas, fazendo as pessoas criarem filas que davam voltas nos quarteirões, tamanha expectativa criada em cima do filme, que se mostrou inesquecível por vários motivos. No entanto, prefiro usar o aniversário de 40 anos dessa obra-prima não para falar sobre ela em si, mas sim para compartilhar uma pequena história pessoal envolvendo ela. E sim, sei que estou um pouquinho atrasado com relação à data, mas me deem um desconto.

Há alguns anos, quando comecei a acompanhar cinema com frequência, meu pai falou sobre o dia em que viu Tubarão pela primeira vez, no antigo Cine São João, aqui em Porto Alegre. Sentado com seu mullett setentista, ele assiste ao filme e a toda tensão proporcionada pela narrativa. É então que vem a cena em que Martin Brody (personagem de Roy Scheider) segue as ordens de Quint (Robert Shaw) e joga iscas no mar, tentando atrair o tubarão, que naturalmente aparece quando menos se espera, fazendo Brody, meu pai e as outras pessoas na sala darem um pulo assustado. Spielberg finalmente mostrava que os personagens precisariam de um barco maior.

Quando chegou a minha vez de ver Tubarão, eu nem pensava nessa história. A única coisa que tinha na cabeça era a expectativa de que finalmente veria um clássico que sempre quis assistir. Na ocasião, ele seria exibido de madrugada na TV, o que deveria me fazer ignorá-lo, mas era preciso muito mais do que o horário para eu perder a chance de conferir uma obra desse calibre. Embaixo dos cobertores e com as luzes apagadas, assisti ao filme entre o sono e bocejos mal vindos, mas que não conseguiram me derrubar. E quando Brody joga as iscas no mar e o tubarão salta na tela, repentinamente arregalo os olhos e dou um pulo.

Claro que o propósito de Spielberg com a cena é exatamente pegar o espectador de surpresa, sacudindo-o com a tensão. Mas da mesma forma como eu não esperava a aparição de Bruce (nome dado ao animal pela produção do filme), não imaginava ter um susto parecido com o de meu pai e das outras pessoas presentes no Cine São João. Sendo assim, resta apenas parabenizar Tubarão por sua grande eficiência ao longo de seus 40 anos como um marco cinematográfico.

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