quinta-feira, 15 de março de 2018

Tomb Raider: A Origem


Em determinado momento deste Tomb Raider: A Origem, novo filme baseado na famosa franquia de jogos, a heroína Lara Croft mata uma pessoa e claramente sente o peso de seu ato, mesmo que isso tenha ocorrido em legítima defesa. Trata-se de uma cena com um interessante potencial dramático quanto a humanidade da personagem, principalmente tendo em vista que, minutos antes, ela havia presenciado alguém ser assassinado a sangue frio. No entanto, pouca atenção é dada a esse peso, com o filme logo partindo para sequências de ação insossas. De certa forma, isso resume bem o longa. Aqui e ali, é possível ver elementos que poderiam ter alguma riqueza caso fossem bem desenvolvidos. Mas como o foco é realizar uma aventura genérica, o resultado acaba sendo aborrecido.

Servindo como um reboot da franquia no cinema após os dois exemplares esquecíveis protagonizados por Angelina Jolie (o segundo, em especial, é um desastre absoluto), Tomb Raider: A Origem apresenta Lara Croft (agora vivida por Alicia Vikander) como uma jovem rebelde, que mal se mantém economicamente e se recusa a assumir a grande herança deixada por seu pai, Richard (Dominic West), já que isso a faria admitir que ele morreu quando desapareceu sete anos antes. Mas quando ela encontra uma pista quanto ao possível paradeiro dele, Lara logo parte para tentar encontra-lo, em uma aventura que a leva até a costa do Japão.


A partir daí, o roteiro organiza uma história que gira em torno de uma série de quebra-cabeças e sequências de ação, obviamente seguindo a fórmula do jogo original, algo que como consequência faz o filme aspirar ser uma espécie de Os Caçadores da Arca Perdida, com Lara Croft no lugar de Indiana Jones. É uma pena, porém, que a trama se revele tão boba e clichê, enquanto que os quebra-cabeças carecem de criatividade (muitos parecem ter saído direto de uma obra de Dan Brown) e não são nada intrigantes, sendo que às vezes eles surgem forçadamente em cena, apenas para que o filme nos lembre que estamos vendo uma adaptação de um jogo.

Além de falhar em suas tentativas de despertar o interesse do público, o longa ainda tem uma direção pouco inspirada do sueco Roar Uthaug (o mesmo de A Onda). Não só o cineasta não consegue dar peso a narrativa, mas também conduz sequências de ação sem energia e que se mostram burocráticas, desde a tola perseguição de bicicleta pelas ruas de Londres até os embates entre Lara e os capangas do vilão Mathias Vogel (Walton Goggins). Para completar, há momentos em que o uso de computação gráfica fica muito evidente, naturalmente tirando o espectador do filme, como na cena em que a protagonista cai de paraquedas no meio de uma floresta.


Enquanto isso, Alicia Vikander se esforça para fazer de Lara Croft uma personagem forte, mas é sabotada por um roteiro que constantemente a faz agir de maneira estúpida, chegando a ser risível que tal estupidez seja chamada de coragem em uma cena específica. Com isso, é até difícil se importar com a personagem, aspecto que não ganha auxílio nem da relação lugar-comum dela com o pai, que surge como o centro emocional da narrativa. Richard Croft, aliás, é vivido por um Dominic West essencialmente unidimensional, o que também não deixa de ser culpa do roteiro, ao passo que Walton Goggins é desperdiçado no papel de Mathias Vogel, um vilão que nunca surge como uma ameaça convincente.

Ao escrever sobre Warcraft e Assassin’s Creed, inevitavelmente comentei que as adaptações de jogos sofrem de uma maldição no cinema, já que são pouquíssimas as produções que se destacam positivamente. Tomb Raider: A Origem apenas reforça isso.

Nota:


sábado, 3 de março de 2018

Apostas Para o Oscar 2018



O Oscar 2018 é amanhã. Depois de ficar de olho nas premiações que antecedem a cerimônia da Academia (BAFTA, Critic’s Choice Awards, prêmios dos sindicatos, etc.) e indicam mais ou menos quem ficará com as estatuetas, chegou a hora de apostar. Não irei me alongar muito. Logo abaixo estão não só os filmes que acho que ganharão, mas também aqueles pelos quais estou torcendo.


Melhor Filme

Aposta: A Forma da Água e Três Anúncios Para um Crime têm sido os principais concorrentes desse ano. Ficarei com o primeiro, mas não será surpresa alguma se o segundo vencer.
Torcida: Trama Fantasma


Melhor Direção

Aposta: Guillermo del Toro, por A Forma da Água
Torcida: Paul Thomas Anderson, por Trama Fantasma (mas será lindo ver del Toro subindo no palco para pegar a estatueta).


Melhor Atriz

Aposta: Frances McDormand, por Três Anúncios Para um Crime
Torcida: Frances McDormand simplesmente arrebenta em Três Anúncios Para um Crime. Ela fica com minha preferência pessoal, mas gosto muito de todas as indicadas.


Melhor Ator

Aposta: Gary Oldman, por O Destino de Uma Nação
Torcida: Gary Oldman, por O Destino de Uma Nação, não só por ser uma grande atuação onde ele desaparece no papel de Winston Churchill, mas porque trata-se de um ator que merece um Oscar faz um bom tempo.


Melhor Atriz Coadjuvante

Aposta: Allison Janney, por Eu, Tonya
Torcida: Laurie Metcalf, por Lady Bird: É Hora de Voar


Melhor Ator Coadjuvante

Aposta: Sam Rockwell, por Três Anúncios Para um Crime
Torcida: Sam Rockwell, por Três Anúncios Para um Crime


Melhor Roteiro Original

Aposta: Jordan Peele, por Corra!
Torcida: Gosto muito de todos os indicados.


Melhor Roteiro Adaptado

Aposta: James Ivory, por Me Chame Pelo Seu Nome
Torcida: James Mangold, Michael Green e Scott Frank, por Logan (mas ficarei igualmente feliz com a provável vitória de James Ivory).


Melhor Filme Estrangeiro

Aposta: Uma Mulher Fantástica (Chile)
Torcida: Ainda não assisti ao libanês O Insulto, então por enquanto irei me abster nessa categoria.


Melhor Animação

Aposta: Viva: A Vida É uma Festa
Torcida: Ainda não assisti a The Breadwinner, então por enquanto irei me abster nessa categoria.


Melhor Documentário

Aposta: Ícaro
Torcida: Assisti a apenas dois indicados, portanto me abstenho nessa categoria.


Melhor Direção de Fotografia

Torcida: Blade Runner 2049, porque já está mais do que na hora de Roger Deakins ter um Oscar.


Melhor Montagem

Aposta: Dunkirk


Melhor Design de Produção

Aposta: Blade Runner 2049
Torcida: Blade Runner 2049


Melhor Figurino

Aposta: Trama Fantasma
Torcida: Trama Fantasma


Melhor Maquiagem e Penteados

Aposta: O Destino de Uma Nação
Torcida: O Destino de Uma Nação, que pode não ser grande coisa como filme, mas o trabalho de maquiagem que transformou Gary Oldman em Winston Churchill é excepcional.


Melhor Trilha Original

Aposta: A Forma da Água
Torcida: Dunkirk


Melhor Canção Original

Aposta: “Remember Me”, de Viva: A Vida É Uma Festa
Torcida: “Remember Me”, de Viva: A Vida É Uma Festa


Melhor Som

Aposta: Dunkirk
Torcida: Dunkirk


Melhor Mixagem de Som

Aposta: Dunkirk
Torcida: Em Ritmo de Fuga


Melhores Efeitos Visuais

Torcida: Planeta dos Macacos: A Guerra


Melhor Curta-Metragem

Aposta: DeKalb Elementary
Torcida: Como sempre digo, assistir aos indicados nas categorias de curtas-metragens é sempre mais complicado, além de ser um pouco mais difícil tentar prever os vencedores. Por não ter assistido a nenhum indicado, me abstenho nessa categoria.


Melhor Curta de Animação

Aposta: Dear Basketball
Torcida: Não vi três indicados, portanto me abstenho nessa categoria.


Melhor Curta-Documentário

Aposta: Heaven is a Traffic Jam on the 405
Torcida: Não assisti a nenhum indicado, portanto me abstenho na categoria.